Fotos: Pedro Maia
TERCEIRO DIA
Por Taís Moreira
Dando prosseguimento à programação do festival, na terceira mostra competitiva foram exibidos dois curtas e um longa, sendo eles Regeneração, de Humberto Carrão, Ótimo amarelo, de Marcus Curvelo e A cidade onde envelheço, de Marília Rocha. Os três filmes representavam de alguma forma suas respectivas realidades urbanas: Rio de Janeiro, Salvador e Belo Horizonte.
Junto aos espectadores estava o diretor de Regeneração, Humberto Carrão, que participou do debate ao final da sessão. O filme critica as reformas urbanísticas cariocas que, desde Pereira Passos, tentam deixar a cidade com um ar Europeu, inspirado em Paris. Uma forma de apagar o passado e fazer um Rio de Janeiro aburguesado para turista ver. Acompanha um dia de trabalho de uma guia turística que, ao mostrar a “Cidade Olímpica” para duas japonesas, vai percebendo que aquele não era o Rio de Janeiro “real” , a verdade vai sendo descoberta por ela no decorrer do curta.
No debate, questões sobre os paralelos entre a reforma de Pereira Passos e a construção o Museu do Amanhã, na Praça Mauá, arquitetado por Santiago Calatrava, foram levantadas. De como algumas reformas e construções não eram feitas para o bem estar dos habitantes e sim para o dos turistas.
Já o curta Ótimo amarelo, de Marcus Curvelo, seguia um tipo diferente de narrativa, contestava certos aspectos da cidade de Salvador com áudios e mensagens deixados por nosso protagonista a um amigo. A cidade feliz. Porém nem tanto…
E por ultimo tivemos o longa A cidade onde envelheço enlaçando esses seguimentos de cidades urbanas, por sua vez em Belo Horizonte, onde acompanhamos as protagonistas Teresa e Francisca, naturais de Lisboa, tentando se adaptar a vida fora do país. Enquanto uma descobre as belezas do novo lugar, a outra enfrenta a saudade de casa e decide voltar.
Os três filmes dialogaram muito bem entre si. Cidade, raízes, lar. Deixando em mim essa imensa saudade de casa quando saí do cine teatro cachoeirano…