TALLULHA

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Por Taís Moreira

Um filme original e produzido pela Netflix, Tallulah, de Sien Heder vai mostrar como a maternidade pode se manifestar de maneiras diferentes em mulheres diferentes.

A querida netflix é o amor e aconchego de muitas pessoas, quem nunca passou horas fazendo maratonas das séries ou filme de diretores favoritos? É diferente quando vamos ao cinema, compramos pipocas e somos envolvidos por um bom filme. Podemos estar sós, ou acompanhados, podemos pausar quantas vezes quisermos, há bem mais liberdade.

Tallulah é uma mulher que vive em sua van, viajando de cidade em cidade. Até o dia em que seu namorado a deixa, e ela decide voltar a Nova York a fim de encontrar a mãe do rapaz, Margo. Porém acaba se vendo numa situação complicada. Ao ser confundida com uma funcionária do hotel, uma hóspede deixa a filha de um ano de idade em seus cuidados, porém, quando a moça volta bêbada e desmaia na cama, Tallulah leva a criança embora consigo.

Ela procura ajuda com Margo e passa a fingir que a criança é filha dela com Nico. Podemos observar a partir disso a mudança lenta de comportamento das duas. Tallulah, que no início repudiava a ideia de se estabelecer em qualquer lugar, de ter uma família ou alguma responsabilidade, passa a se tornar uma verdadeira mãe. E Margo, que estava amargurada com a vida depois de ser deixada pelo marido três anos atrás e logo em seguida ver o filho partir para viajar o país, acaba se conectando com Tallulah e sente ter uma família de novo.

O Clássico dois personagens “machucados sentimentalmente” se encontram e se reconstroem, um ajudando o outro.

Como afirmei antes, o filme irá mostrar basicamente três tipos de maternidade. Carolyn sendo a mulher que deixa a criança nos tratos de uma desconhecida. A verdade é que Carolyn nunca quis ser mãe, ela não queria aquela responsabilidade, e por alguma razão há esse tabu de que mulheres são feitas para maternidade, quando na realidade muitas delas simplesmente não têm o instinto maternal (mesmo que no final, ela tenha se arrependido de alguma forma de ter sido uma péssima mãe). Margo, a mulher que tem apenas um sonho, apenas uma coisa que a completa: família. Uma mãe nata, que acaba sofrendo por ser tão sufocante com o filho. E Tallulah, que descobre em si uma maternidade que nunca soube que existia.

Com atuações realmente marcantes, de me deixarem arrepiada em alguns momentos, especialmente a de Tammy Blanchard (Carolyn). A fotografia e enquadramento do filme são utilizados de forma criativa, dando dicas dos sentimentos dos personagens, como no sonho em que Tallulah flutua, mas se segura em sua van, demonstrando que não está pronta para deixar aquele mundo e o uso de câmera na mão para ressaltar a emergência dos acontecimentos.

O filme deixa essa sensação gostosa de carinho. E de que ser mãe é bem mais complexo do que muitos pensam.

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