XII PANORAMA INTERNACIONAL COISA DE CINEMA

Fotos: Pedro Maia

Fotos: Pedro Maia

QUARTO DIA

Por Taís Moreira

Nessa tarde de sábado, em Cachoeira-BA, a programação do Panorama Internacional Coisa de Cinema seguiu seu curso com mais três filmes; dessa vez todas obras de ficção. Dois contaram com a presença de realizadores, que responderam as perguntas da plateia, composta basicamente de estudantes da UFRB, ao final da sessão.

Um deles, Rodrigo de Oliveira, diretor do curta Eclipse Solar. Seu terceiro trabalho como diretor venceu o Prêmio Aquisição Canal Brasil na 19ª Mostra de Tiradentes. Com uma trilha sonora forte, direção de arte com referências ao século XIX, o filme dialoga bastante com a literatura, a ópera e o teatro. Traz referências cifradas de relações familiares íntimas, segundo o diretor, representa um acerto de contas afetivo entre ele e sua mãe, embora a história fuja da representação “realista”: a ideia de maternidade flerta estranhamente com o mal, para que o amor prevaleça.

O segundo convidado presente nos debates foi Thiago Macedo, produtor do longa Elon não Acredita na morte, dirigido por Ricardo Alves Jr., realizador de curtas com passagem por Cannes, Rotterdam, Locarno, Oberhausen, Bafici, Santa Maria da Feira, Janela Internacional do Recife, Festival do Rio, Mostra de Tiradentes, entre outros. Elon é seu primeiro longa-metragem. Sua concepção foi um aprofundamento de um curta chamado Tremor. O filme segue a trajetória do enigmático personagem homônimo, que procura a esposa desaparecida ou simplesmente escondida em alguma parte da cidade. A câmera na mão muito segura de Matheus Rocha cumpre o papel da sombra do protagonista, sempre em seu encalço, enquadrando-o por trás, como um amigo invisível. Destaque também para a atuação de Rômulo Braga, que por pouco não participa deste projeto importante para comprovar seu talento e versatilidade, um dos rostos mais recorrentes nos filmes dessa temporada do Panorama.

A sessão também exibiu o curta Ainda sangro por dentro, de Carlos Segundo. “Tem dor que dói no corpo que não tem olho que enxerga”. Vemos e sentimos as angustias de Dora, mulher que trabalha como caixa de supermercado e saiu da antiga cidade para viver em São Paulo por conta de uma tragédia pessoal.

No geral, a primeira sessão do dia do Panorama apresentou filmes com planos muito longos, com bastante tempo morto, entretanto com imagens lindas e opções narrativas interessantes.

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