MULHER MARAVILHA

Por Elizângela Guimarães

No dia 1 de Junho de 2017, estreou nas salas de cinema brasileiro o longa-metragem Mulher maravilha, dirigido por Patty Jenkins, sendo o primeiro filme protagonizado por uma super-heroina dos quadrinhos, nesta nova fase do universo DC no cinema. Este fato pesou como responsabilidade sob todos os envolvidos na produção, somado a cobrança de que a Mulher Maravilha salvasse o universo cinematográfico DC Comics/Warner Bross que há muito vem frustrando os fãs – tanto das HQs, quantos dos filmes e animações. A escolha de Gal Gadot para dar vida a Diana, a princesa guerreira da ilha de Themyscira (terra natal das Amazonas, dada pelos deuses como refúgio e benção às mulheres guerreiras), também foi posta em dúvida por se tratar de uma atriz pouco experiente e sem o porte físico necessário, segundo alguns fãs. Em relação à atriz, a insegurança foi derrubada antes do lançamento do filme, quando Mulher Maravilha fez uma aparição marcante em Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016), então criou-se uma expectativa maior para o lançamento da obra onde seria a estrela principal.

A produção acertou quando optou por se manter fiel à origem da personagem, atingindo as expectativas dos fãs da heroína que apreciaram ao longo da história referências também ao seriado de TV de 1975, com Lynda Carter, em que Diana usa óculos para se disfarçar de secretária militar e passa a trabalhar para Steve Trevor em Washington D.C., assim como Superman faz para se “disfarçar” de Clark Kent. Vale ressaltar a forma sucinta e didática que é apresentada a amazona em sua terra. A introdução é dinâmica, a Princesa Guerreira logo está seguindo rumo a sua aventura inicial no mundo dos homens para lutar na guerra contra o que acredita ser o deus Ares, deus da guerra segundo a mitologia grega e arqui-inimigo da Mulher Maravilha no universo DC Comics. Nesse meio tempo, o filme já nos deixou a par da história e ansiosos por acompanhar Diana em sua jornada.

Com um roteiro bem construído e uma fotografia cativante, o filme prende o espectador do inicio ao fim. Ousando empregar cores para adquirir uma estética própria, Mulher maravilha desprende-se da linha sombria e pesada das produções DC Comics e, sem se aproximar do Universo Marvel, que já não hesita no uso de cores em seus produtos cinematográficos, consegue através da direção de arte imprimir maior colorido à produção.

A personagem de Gal Gadot é forte, empoderada e independente, exatamente como Diana é apresentada nos quadrinhos e desenhos animados. Mesmo com o uso de câmera lenta em várias cenas de luta onde a Mulher Maravilha age com maestria, a câmera foi educada a não erotizar a personagem, como é costumeiro em relação ao corpo das heroínas. A câmera lenta, que é muito usada para sensualizar e objetificar as personagens femininas, aqui é usada para enfatizar sua força e habilidades.

O longa Mulher maravilha pode ser considerado a renovação da esperança dos fãs em relação aos filmes DC Comics/Warner Bross, tendo em vista que não houve muitos acertos nas produções anteriores. Deixando, novamente, uma boa expectativa para os lançamentos futuros.

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