ANIME: OS SETE PECADOS CAPITAIS

Por Denise Cláudio 

Nanatsu no taizai (七つの大罪 lit. Os sete pecados capitais) ou, como conhecido no ocidente, The seven deadly sins é um anime baseado em um mangá de mesmo nome. A história se passa no Reino de Liones, durante a Idade Média, em um universo onde a magia existe e é utilizada por cavaleiros para manter a ordem do reino, os chamados cavaleiros sagrados. Dentro dessa divisão ainda havia um grupo de elite composto pelos mais poderosos chamados os Sete Pecados Capitais e, como o nome sugere, eles são sete e cada um faz alusão a um dos sete pecados bíblicos. E que depois de uma tentativa de derrubar o Reino de Liones, onde muitos dos cavaleiros sagrados foram mortos e os sete pecados capitais foram responsabilizados, os que estavam sendo procurados, exceto Ban, o pecado capital da Ganância da Raposa, que se deixou ser capturado.

Nos primeiros episódios já sabemos que o reino está passando por uma tentativa de golpe de estado, como a população sofre com o abuso de poder por parte dos cavaleiros sagrados e com o despreparo dos cavaleiros de baixo calão, além das altas taxas de impostos que são cobradas. E a jornada da Princesa Elizabeth para tentar salvar o reino das ameaças de golpe vindas dos Cavaleiros Sagrados buscando a ajuda dos lendários Sete Pecados Capitais, e encontrando acidentalmente com Meliodas, o pecado da ira do Dragão e capitão dos Sete Pecados Capitais, iniciando com ele a procura pelos outros integrantes do grupo.

Tanto o anime quanto o próprio mangá são considerados Shōnen, ou seja, voltado para o público masculino de mais ou menos 12 a 18 anos, e por ser direcionado a esse público existem várias cenas de fanservise (elementos adicionados apenas para agradar os fãs), um exemplo são as inúmeras vezes que Meliodas assedia a Princesa Elizabeth tocando seus seios quando ela está desmaiada ou olhando por de baixo de sua saia, e esses momentos são utilizados como alívio cômico, o que para mim, enquanto mulher que cresceu assistindo shōnen, como, por exemplo, Dragon Ball, e adorando por conta de todas as histórias com muitas cenas de ação, lutas, as motivações dos personagens que são geralmente bem desenvolvidas, me deixa raivosa ao ver esse tipo de coisa não só naturalizada, mas tratada com comicidade, que é o maior problema da obra, ainda mais por ter o Hawk, um porquinho que vive com Meliodas que serve de alivio cômico menos ofensivo.

A construção dos personagens é realmente muito boa, com os vários flashbacks que ajudam a tornar as motivações claras e a interligar as histórias de alguma maneira, mostrando que todas as ações que houve no passado tiveram consequências, e tanto os personagens denominados como sagrados tanto os que são comparados com pecados tem várias camadas, não sendo necessariamente 100% bons ou ruins, exceto o vilão que é um demônio, literalmente.

O arco do herói é bem construído, mas o decorrer da história faz com que pensemos que quem irá salvar o reino será os Sete Pecados Capitais quando se reúnem liderados por Meliodas, contudo no último momento descobrimos que a pessoa mais poderosa na situação é a própria Elizabeth, que não faz ideia do poder que tem até então. Quando percebemos seu poder vemos que na verdade ela salvou vários personagens e foi peça chave para o desfecho positivo, e isso de certa forma alivia um pouco a situação do anime em relação ao estereótipo machista que ele apresenta.

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