
Por Fernanda Matos
Capitã Marvel é um filme sobre o carisma e o empoderamento feminino, apresentando pela primeira vez no universo Marvel uma mulher como protagonista da franquia. Antes de intitular seu próprio filme houve uma pequena referência à personagem em Capitão América: Guerra Civil, (o homem-aranha menciona um objeto não identificado no céu do Arizona, abrindo brecha para a teoria de que poderia ser a Capitã). Em Capitão América: O Soldado Invernal, Nick Fury (comandante da S.H.I.E.L.D) faz uma referência ao seu olho perdido: “da última vez que confiei em alguém, perdi um olho”, responsabilizando a gata Goose pelo ferimento. Em Os Vingadores – Guerra Infinita apareceu numa pequena cena pós-crédito. Agora dá inicio a um novo rumo em sua trajetória. Com um toque de humor, feminilidade, resistência e estilo grunge, o longa introduz a mais nova heroína obtendo bons resultados de bilheteria e conquistando fãs.
O enredo gira em torno da história pessoal de Carol Danvers (Brie Larson). Por meio de flashbacks, reencena-se sua chegada ao planeta C-53 (Terra), após ser machucada e capturada em uma batalha intergaláctica entre os Kree e os Skrull. Carol ou, como fica conhecida durante o filme, Capitã Marvel, perseguia os inimigos através do espaço quando acabou caindo na Terra, onde continua a sua perseguição aos Skrull e acaba descobrindo o verdadeiro motivo da guerra.
A história começa a ganhar força com a entrada da melhor amiga de Carol e sua filha, ajudando a apresentar a trajetória da nova Capitã, além dos coadjuvantes Nick Fury (Ben Mendelsohn) e o gato Goose, trazendo humor para o filme, produzindo boas gargalhadas no espectador, (o Goose foi uma ótima sacada dos Estúdios Marvel para ajudar no desenvolvimento da história). A reconstrução do clima da década de 1990 e as cenas de ação – como eram de se esperar – destacam-se na trama.
Apesar de abordar o empoderamento e o protagonismo feminino, levantar essa importante bandeira na atualidade e quebrar barreiras no universo dominado por homens, podemos nos questionar sobre a importância dada ao personagem negro como melhor amigo do herói em Capitã Marvel. Esse questionamento deixa transparecer a desigualdade que ainda existe entre o feminismo branco e o feminismo negro nas megaproduções hollywoodianas.
O filme apresenta 78% do gosto popular e termina com o clássico final de blockbuster, deixando um gostinho de quero mais. A sequência é inevitável, já que os filmes solos da Marvel são planejados como franquias.